Quis finalmente o Senhor ir buscar consolação na oração ao Padre Eterno, em quem sabia que não havia de achar dispensação do que lhe mandava padecer, para que entendamos que não está a divina consolação em nos tirar Deus os trabalhos que nos dá, mas em humilde sujeição e conformidade à sua santa vontade: e em andar sempre por amor unidos a Ele e pendendo em tudo dEle.
Todo sou miserável, bom Jesus, porque ou Vos fujo quando me atribulais e não busco em Vós consolação; ou Vos busco apegado à minha vontade e amor próprio, que impede a obra que quereis fazer nesta alma. Livrai-me de mim, Deus meu, pois eu sou o que me mato e o que ponho todos os impedimentos à Vossa graça e à Vossa luz e às Vossas soberanas mercês: em tudo sou quem sou, curai-me Vós, Deus meu, em tudo como quem sois.
(Frei Tomé de Jesus, Trabalhos de Jesus, II, trabalho 26) Fonte aqui.